Escrever sobre escrever:
as inspirações literárias de escritores e escritoras.
Entrar no universo da escrita é desafiador.
Em busca de inspirações, a leitura é o caminho para qualquer pessoa que deseja colocar suas ideias, histórias e demais palavras no papel. É, através dos livros, que é possível entrar em contato com grandes escritores e escritoras, narrativas dos mais variados gêneros literários, contribuindo para que, enquanto leitores, possamos buscar nossas identificações literárias.
Entretanto, quando partimos para a aventura da escrita, é importante observar quais autores e autoras despertaram a vontade de escrever. Uma escrita crítica, a presença da fantasia, que prende a leitura, o universo fantástico, a escrita intimista, reflexiva. São muitos os caminhos e inspirações que podem contribuir para que seja possível tornar realidade as histórias que circulam na mente de quem quer escrever.
Uma grande inspiração, no meu caminho da escrita, é a escritora Clarice Lispector. No ano em que ela completaria 100 anos (2020), foi quando comecei minha aventura na escrita. Lancei o desafio da leitura pra mim: ler todos os livros dessa autora. A sua forma de escrever, a intensidade de seus textos, tornava-se cada vez mais forte, a vontade de dar vida às histórias que rondavam minha mente. E, assim, com muita inspiração e a ansiedade de escrever, abri a porta da escrita e adentrei a este universo fantástico, que é dar vida a diferentes narrativas.
Em busca de aprimorar a escrita, a cada livro lido, ideias, formas, narrativas vão se organizando na mente, aprimorando a arte de escrever. E, então, encontro livros sobre escrita, produzidos por escritores e escritoras, onde estão suas reflexões sobre o ato de escrever. São ideias, palavras que surgem como importantes orientações sobre a inspiração literária, o ato da escrita em si. São esses livros, preciosidades que nos levam a usar a imaginação, ou seja, a pensar que estamos recebendo orientações de mestres importantes da escrita, que nos inspiram. Como, por exemplo, Ray Bradbury, que escreveu um clássico da literatura, Fahrenheit 451, em 1953, e que, em 1990, publicou o livro Zen na Arte da Escrita, um livro que é como se ele estivesse conversando com alguém,
A forma como esse escritor traz reflexões sobre a escrita é contagiante. Suas palavras são um presente para quem está vivendo o bloqueio criativo, ou mesmo um grande incentivo no momento em que estamos perdidos em meio às diferentes ideias para escrever.
Dar vida às histórias, com personagens e narrativas, as quais trazem conflitos, constroem relações e, na tentativa de despertar a atenção do leitor ou da leitora, com histórias empolgantes, que despertam vários sentimentos. São esses os desejos de quem dedica parte do seu tempo a escrever.
A escrita liberta e, para as mulheres escritoras, esta liberdade é uma conquista importante, já que a presença feminina na literatura é fruto de muitas lutas.
Os escritores já se debruçaram sobre o ato de escrever e, entre os trabalhos existentes, posso citar o livro de Elena Ferrante, As Margens e o Ditado. Nesse livro, a autora apresenta sua jornada no universo da escrita e destaca, questões além dos desafios pessoais em sua busca por inspiração para a escrita. Ao longo do texto, ela sinaliza para a importância que foi a descoberta de que essa inspiração está em seu interior, que ao invés de buscar fora de si, no mundo exterior, a inspiração para escrever, chegou a conclusão que o movimento de olhar para si mesmo, para aquilo que está em seu íntimo, é onde nasce a inspiração.
Sendo assim, escrever é um vai e vem de palavras, um ir e vir de ideias, que, juntas, dão formas a narrativas, que se encaixam dentro da diversidade de gêneros literários, contribuindo para conquistar o leitor ou a leitora. Esse ato de conquista é muito relacionado à maneira como o escritor ou a escritora elaborou seus textos, suas histórias, cativando quem está ao redor e, assim, tornando-se leitura indispensável.
Até que a história termine e outras possam surgir ao longo da grande estrada que é a escrita.
